PRÁTICAS E RELAÇÕES DE TRABALHO ENVOLVENDO CRIANÇAS E JOVENS TRABALHADORES DOMÉSTICOS NA CIDADE DE MARÍLIA. Juliana Nicolau Santana, Ethel Volfzon Kosminsky –Ciências Sociais (Departamento de Sociologia e Antropologia – Faculdade de Filosofia e Ciências – Campus de Marília) - nicocienc@hotmail.com A avaliação do trabalho precoce como elemento educativo faz parte da moral da maioria dos brasileiros. Além disso, o sistema patriarcal é muito presente e funciona como modelador, em maior ou menor grau, da educação de meninos e meninas. Desse modo, é comum às mães, principalmente das classes subalternas, incentivarem suas filhas a executarem as tarefas domésticas como forma de treinamento da futura dona-de-casa ou empregada doméstica. A alta taxa de incidência de crianças e adolescentes atuando dentro desse segmento aponta a relevância dessa atividade entre crianças e jovens em todo o mundo. Nossa pesquisa procura evidenciar, sob uma perspectiva histórico-cultural, o trabalho doméstico infanto-juvenil na cidade de Marilia/SP, bem como analisar as relações sociais de trabalho, de gênero e os valores implicados nessa atividade laboral, através do confronto entre a fundamentação teórico-metodológica concernente ao tema proposto, os dados estatísticos levantados pelo IBGE sobre o trabalho infanto-juvenil doméstico e a pesquisa qualitativa, que se deu através do recolhimento de depoimentos semi-estruturados, com adolescentes, moradoras de Marília, que trabalhavam de forma remunerada em casas de terceiros. As considerações alcançadas indicam que as entrevistadas são oriundas de famílias pobres, residentes nas periferias da cidade; a situação de desemprego ou subemprego dos pais impulsiona essas jovens ao mercado de trabalho, sendo que muitas vezes a necessidade assume a forma de desejo de trabalhar; tiveram que deixar parte da infância, começando a trabalhar cedo; e os valores atribuídos ao trabalho têm presença marcante na vida dessas adolescentes, não obstante, a carga negativa que esse tipo de atividade contém. Considerando-se que embora esses pequenos trabalhadores não constituam um conjunto homogêneo, da forma como se apresenta na cidade de Marília, o trabalho doméstico infanto-juvenil é excludente, um problema da exploração na área urbana, sendo que questões culturais e a pobreza aparecem como obstáculos à alteração desse quadro. Orientador(es): Ethel Volfzon Kominsky Bolsa: PIBIC/CNPq |