Idealismo Absoluto em Filosofia da Ciência: Visão Geral |
Ricardo P. Tassinari - Departamento de Filosofia - UNESP - Campus Marília.
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Ultima atualização: 21/01/2009
O objeto é, pois, uma união de determinações sensíveis e de determinações de pensamento ampliadas, referidas
a relações e nexos concretos. A identidade da consciência com o objeto já não é, deste modo, a abstrata da certeza,
mas a determinada: um saber. (G. W. F. HEGEL. Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Compêndio, 1830, §420).
Este texto busca responder, de forma didática, à questão sobre a possibilidade de pensarmos sistemas de agentes auto-conscientes que levem em consideração o desenvolvimento contínuo da Ciência Contemporânea. Supomos então aqui uma circularidade indissolúvel, já que:
(1) os modelos elaborados pela Ciência Contemporânea constituem parte do conhecimento da Realidade elaborado pelos seres autoconscientes;
(2) assim, o conhecimento dos seres conscientes a respeito de si passa por uma construção de modelos da Realidade, de si mesmo e do próprio processo de construção desses modelos;
(3) somos seres com possibilidade de auto-consciência; e
(4) nossa análise, neste texto, trata dos itens (1), (2), (3) e (4).
Assim, a circularidade essencial se constitui no fato de que tratamos aqui do processo de conhecimento de nosso próprio processo de conhecimento da Realidade e de nós próprios, incluindo a construção de modelos, buscando explicar como é possível tal processo auto-referente e auto-organizado.
A resposta aqui apresentada à questão inicial é a de um idealismo, ou seja, uma visão geral que considera a Idéia como princípio inteligível e inteligente do conhecimento e do ser. Indicamos também aqui relações entre essa visão e a Epistemologia Genética de Jean Piaget e a Filosofia Especulativa de G.W.F. Hegel.
1. O Diagrama Praxiológico-Representacionalista
2. A Ciência Contemporânea e a Noção de Modelo
3. O Sistema das Ciências
4. A Consciência (e o Sistema das Ciências)
5. A Idéia
6. Retorno: Idealismo Absoluto em Filosofia da Ciência
7. Apêndices
A. Exemplos de Modelos
B. A Lógica Contemporânea e a Noção de Sistema Formal
C. Designação e Implicação
D. A Epistemologia Genética
E. A Enciclopédia das Ciências Filosóficas
F. Notas
8. Referências
Um dos elementos essenciais a nossa exposição aqui é a capacidade representativa da consciência com, pelo menos, dois elementos centrais:
(1) a função semiótica que “consiste em poder representar alguma coisa (um significado qualquer: objeto, acontecimento, esquema conceitual etc.) por meio de um significante diferenciado e que só serve para essa representação: linguagem, imagem mental, gesto simbólico etc.” (cf. PIAGET 1986, p. 46) – notemos que, na relação de representação, significado e significante se definem mutuamente; e
(2) a capacidade de representar operações sobre significados através de operações sobre significantes.
Podemos esquematizar o uso dessa capacidade representativa da consciência pelo diagrama abaixo, que chamaremos de Diagrama Praxiológico-Representacionalista.
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Ações e Operações |
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Operações |
Esse diagrama nos fornece então um esquema geral de análise dos processos de conhecimento de seres autoconscientes e, em especial, como veremos a seguir, do processo contínuo de elaboração da Ciência Contemporânea.
Notemos que não propomos aqui que o conhecimento implique sempre representação: admitimos também um conhecimento prático, um saber fazer, que não necessita de representação (relativo, em um certo sentido, ao lado esquerdo do Diagrama Praxiológico-Representacionalista), porém não trataremos desse tipo de conhecimento aqui.
Notemos também que, por outro lado, exigiremos sempre aqui a necessidade de um emprego pragmático da representação: assim, tanto a representação será considerada a partir das ações possíveis (traduzidas em termos de operações sobre significantes), quanto as formas dessas operações sobre significantes expressarão formas de ações possíveis. Em resumo, não se desvinculará a prática e representação adequada.
Por fim, chamamos de designação a relação específica entre um significante e seu significado e por signo um significante que foi escolhido para se designar algo.
Na medida em que conhecemos bem um domínio de objetos e as ações possíveis de se realizar sobre eles, como na Ciência, é natural então representar o conhecimento desse domínio em sistemas de regras de operações sobre signos que designam aqueles objetos e aquelas ações possíveis. Podemos chamar de modelo ao sistema de signos e operações sobre signos que usamos para representar ações e operações sobre um domínio de significados na Ciênciai. Abaixo representamos a parte que corresponde ao modelo em nosso Diagrama Praxiológico-Representacionalista:
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Podemos ver alguns exemplos de modelos nos Apêndices.
Em geral, modelos podem ser expressos em sistemas formais (c.f., A Lógica Contemporânea e a Noção de Sistema Formal, nos Apêndices).
Assim, a constituição do conhecimento científico contemporâneo implica a possibilidade da constituição de modelos e sistemas formais.
Na medida em que um modelo ou um sistema formal se constitui de signos e de relações e operações entre eles, o modelo estabelece, no domínio desses signos, uma estrutura matemática abstrata que pode ser posta em correspondência (total ou parcial) com a estrutura existente no domínio dos significados que esses signos designam. Dizemos que o modelo ou sistema formal é completo em relação a esta estrutura no domínio de significados quando a correspondência é total; se a correspondência é parcial, dizemos que o modelo ou sistema formal é incompleto.
Nesse sentido, o estudo dos diversos domínios da Lógica ou da Matemática é útil na elaboração desses sistemas formal e modelos. Mais ainda, como um sistema de signos pode ser aplicado a mais de um domínio possível, então estudos sobre parte da Lógica ou da Matemática podem ser aplicados a diversos domínios de significados: há, assim, uma economia de método formal, um mesmo método formal para diversos domínios.
Para uma análise das características do conhecimento científico contemporâneo, do papel (e limites) dos modelos e da diferença entre conhecimento científico e conhecimento filosófico, confira a obra de Gilles-Gaston Granger (cf. em especial, GRANGER 1994, para uma introdução)ii.
Com relação à forma, a modelagem e a elaboração de teorias constituem métodos de elaboração do conhecimento científico. Nesse contexto, a Teoria dos Sistemas, ou Sistêmica, como é atualmente designada, visa a aplicação de diversos métodos lógicos ou matemáticos às diversas áreas do Saber (cf. VON BERTALANFY 1977 - Clique aqui para ver parte do Prefácio e do Capítulo 10).
Com relação ao conteúdo, os diversos campos da Ciência vão se correlacionando na medida em que estudam partes de um mesmo objeto ou de um domínio de objetos, formando o que podemos chamar de Sistema das Ciências.
Um importante resultado da Filosofia da Ciência Contemporânea é o da impossibilidade de um único modelo completo para o Sistema das Ciências.
A Teoria da Auto-Organização constitui a parte da Metodologia da Ciência e da Sistêmica que elabora conceitos e métodos para o estudo de fenômenos classificados como auto-organizados (cf. DEBRUN 1996).
Por exemplo, um dos domínios em que ocorre auto-organização é aquele da construção do conhecimento em geral e, em particular, dos conhecimentos lógicos e matemáticos (cf. TASSINARI 2003), que, por sua vez, são usados também em diversas fundamentações, no Sistema das Ciências.
Como dissemos no início deste texto, buscamos aqui explicitar uma visão geral que concilie a noção geral de consciência com os desenvolvimentos da Ciência Contemporânea. Um primeiro ponto então a ser considerado é o da relação entre consciência e conhecimento. Lembremos que o termo consciência advém etimologicamente do termo latino conscientìa,ae “conhecimento de alguma coisa comum a muitas pessoas, conhecimento, consciência, senso íntimo”, do verbo conscíre “ter conhecimento de” (cf. HOUAISS 2001). Utilizaremos então aqui o termo consciência (com inicial minúscula) para indicar que um ser vivo (em especial, seres humanos) tem conhecimento de algo (nesse sentido é sempre consciência de algo); para nossa análise aqui será suficiente considerar que um ser vivo tem conhecimento sobre certos significados, se ele possui um sistema de significantes e operações sobre eles como descrito pelo Diagrama Praxiológico-Representacionalista ou em Ciências Contemporâneas. Lembremos que não consideramos a representação como condição do conhecimento; logo, a condição anterior estabelece apenas uma condição suficiente, mas não é uma condição necessária.
Vamos utilizar também, e este é um ponto essencial de nossa exposição aqui, o termo Consciência (com inicial maiúscula) para designar a totalidade daquilo que pode, em princípio, vir a fazer parte das consciências.
Nesse sentido, temos que as noções designadas pelos termos consciência e Consciência desempenham papeis próprios e singulares no Sistema das Ciências, já que:
(1) por um lado, a consciência é atribuía a objetos da Psicologia, uma das áreas do Sistema das Ciências, na medida em que a consciência se expressa no comportamento (cf., por exemplo, as diversas diferenças entre comportamentos conscientes e inconscientes); e
(2) por outro lado, o Sistema das Ciências se constitui dentro do que foi aqui denominado de Consciência; assim, na Consciência estão:
(a) tanto os objetos da Matemática ou da Lógica, áreas que tratam da forma, no Sistema das Ciências,
(b) quanto os das ciências empíricas, dentre as quais está também a própria Psicologia.
Notemos então que, esse último item, mostra-nos que, como o Sistema das Ciências é parte do Conhecimento e esse é parte da Consciência, a caracterização mais precisa de Consciência é complexa e circular e depende, inclusive, de elementos discutidos neste próprio texto a respeito do Sistema das Ciências, como salientado no início deste texto.
Em particular, podemos afirmar que, na Consciência, existe a designação (por signos e operações sobre signos de significados e operações sobre significados) em cada modelo que compõe o Sistema das Ciências (nos Apêndices, em Designação e Implicação, fazemos uma análise sucinta de algumas características específicas da Consciência decorrentes dessa capacidade de utilização de signos).
A atribuição de um papel próprio à consciência no Sistema das Ciências e a constatação de que aquilo que podemos conhecer faz parte da Consciência, leva-nos então a repensar as coisas e a Totalidade delas do ponto de vista da Consciência.
A questão aqui é de a da constituição de uma representação adequada, na Consciência, a respeito de si e de sua relação com as coisas da natureza e com as consciências individuais. Nesse sentido, a busca dessa construção é parte de um conjunto de pesquisa sobre a possibilidade de coordenação dos diversos saberes enquanto partes de uma totalidade.
Notemos que, tanto nos modelos, quanto na linguagem natural em geral, o signo é o significante utilizado, na consciência, para a designação (sendo essa, uma forma de implicação, como posto em Designação e Implicação, nos Apêndices).
Mais ainda, podemos, em princípio, usar um signo para designar qualquer coisa que está em nossa consciência e temos, também, que cada uma dessas coisas pode ser considerada um objeto de conhecimento.
Podemos, então, considerar um único Objeto do Conhecimento, a que chamaremos Idéia, da qual cada significado designado é parte. Isso nos fornece então um conceito operacional de Idéia:
Idéia é o sistema da totalidade daquilo que podemos, em princípio, designar por signos.
Notemos que a descrição da Realidade pela Ciência Contemporânea pressupõe sempre uma teoria ou modelo e, portanto, um sistema de significantes que organizam os dados da Realidade. Assim, os elementos descritos pelas teorias da Ciência Contemporânea fazem parte da Idéia.
Nesse contexto, em uma primeira aproximação (que será corrigida adiante), temos a seguinte representação da Idéia no Diagrama Praxiológico-Representacionalista:
Idéia |
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Significados |
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Notemos que, do ponto de vista da Consciência, o descritor “coisas que não podem ser designadas por signos” é uma contradição em termos, pois essa seqüência de signos já estaria designando essas próprias coisas. Logo, do ponto de vista da Consciência, não existem coisas que não podem ser designadas por signos.
Sob o ponto de vista da Consciência, temos então a igualdade:
Totalidade = Idéia = Consciência.
Logo, em uma segunda aproximação (corrigindo a anterior), o Diagrama Praxiológico-Representacionalista se torna:
Idéia |
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“Idéia” |
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Ações e Operações |
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Operações |
Nele expressamos a utilização do significante “Idéia” para expressar a Idéia que corresponde a totalidade dos elementos presentes no diagrama, circundado pelo retângulo.
Temos então que tudo está no escopo da Idéia. Em particular, dentro dela está todo conhecimento, pois, saber um conteúdo específico da Idéia significa ter o conhecimento relativo aquele conteúdo, inclusive no caso do conhecimento científico. Mais especificamente, segundo o diagrama acima, os elementos da Idéia podem ser estudados na medida em que se constroem modelos, sistemas formais ou mesmo teorias gerias sobre eles.
Quanto à questão de se determinar se a natureza da Idéia é subjetiva (i.e., se seus elementos estão relacionados ao conhecimento de um sujeito) ou objetiva (i.e., se os objetos pré-existem em relação aos sujeitos), temos que a Idéia é tanto subjetiva (já que, em princípio, os elementos da Idéia podem ser designados por um sujeito e, portanto, podem vir a fazer parte de seu conhecimento); quanto objetiva (na medida em que seus elementos pré-existem em relação a qualquer sujeito particular e ela é assim condição da compreensão de qualquer sujeito); nesse sentido, a Idéia é condição da subjetividade e da objetividade.
Mais ainda, dentro da Idéia estão a consciência, a Consciência e a própria Idéia, já que utilizamos os signos “Idéia”, “Consciência” e “consciência” para designá-los e, devido a igualdade acima entre Consciência e Idéia, temos o seguinte Diagrama Praxiológico-Representacionalista:
Consciência |
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“Consciência” |
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Ações e Operações |
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Operações |
Nesse diagrama se expressa que na Consciência se encontram a possibilidade de sua auto-representação. Essa possibilidade de auto-representação funda então o que chamaremos de autoconsciência: uma consciência é autoconsciente se se reconhece como sendo parte da Idéia, na qual está superada a dicotomia sujeito-objeto.
Enquanto solo comum das autoconsciências e fonte de todos nossos conhecimentos (inclusive do da Natureza), chamaremos a Idéia de Razão.
Notemos que podemos assumir que a Razão é inteligível na medida em que é a totalidade daquilo que pode ser conhecido e que a Razão é inteligente no sentido de que, nessa visão, o processo de conhecimento se torna então um processo de auto-organizado de auto-exposição da Idéia a si própria, como veremos a seguir.
Dessa forma, nossa análise fecha-se sobre si mesma, estabelecendo um elemento sui generis, a Idéia ou Razão princípio inteligível e inteligente do conhecimento e do ser das coisas, na qual está tudo aquilo que pode ser tornado consciente, inclusive pelo pensamento.
Notemos, por fim, que essa concepção de Idéia pode ser vista como estabelecendo a universalidade da Autoconsciência (com inicial maiúscula para indicar um substantivo próprio): a Autoconsciência se torna então o próprio princípio inteligível e inteligente do conhecimento e do ser.
Os modelos, os sistemas formais e o Sistema das Ciências, definidos anteriormente, aparecem como exposições de uma parte de nosso conhecimento possível; logo, como parte da Razão, como acima definida.
Particularmente, os modelos constituem representações esquemáticas do conteúdo da Razão, como aqui definida, e o processo de construção de modelos é parte do processo auto-organizado de auto-exposição dela, já que:
(1) ocorre no interior dela e devido a ela;
(2) logo, expõe a ela (assim, é um processo de auto-exposição dela);
(3) a cada momento, torna mais complexo o que auto-exposto;
(4) não tem modelo único para expressá-la; e
(5) pode, a cada etapa, ser parcialmente (ou mais precisamente, de forma incompleta) expressa por modelos, em uma seqüência necessariamente infinita.
Mais ainda, podemos ver a Razão como o espaço das autoconsciências (que se expressam através do comportamento nos modelos da Psicologia), no qual está nossa consciência particular e nossos conhecimentos, inclusive o por construção de modelos (cf., por exemplo, os termos Estrutura Cognitiva e Espaço Vital no Vocabulário de Psicologia Topológica e Vetorial). Nesse sentido, a Razão se estabelece como o espaço natural dos sistemas de agentes autoconscientes, já que nela as consciências podem se reconhecer como como sendo parte da Idéia ou Razão, na qual está superada a dicotomia sujeito-objeto.
Nessa medida, sendo a Razão vista como a totalidade do autopensamento possível, na qual estão também os modelos, os sistemas formais e o Sistema das Ciências, podemos ainda conceber "a Idéia da Filosofia" como "Razão que se sabe" (cf. Enciclopédia das Ciências Filosóficas, nos Apêndices, particularmente a citação do §577), na qual está contida todo o saber gerado pela Ciência Contemporânea (e também pelas análises filosóficas particulares), seja pelas ciências da Natureza, seja pelas ciências humanas, seja ainda pela Epistemologia Genética, que estuda a gênese das noções de base dessas ciências. Assim, podemos entender a Totalidade como Saber, ou ainda:
A Totalidade = O Saber.
Nesse sentido, mantemos ainda a intenção de Hegel 1830 (§6) de se ter como "fim último e supremo" da Filosofia "a reconciliação da razão consciente-de-si com a razão que é com a efetividade".
Por fim, a impossibilidade de se ter um modelo único para o Sistema das Ciências implica a impossibilidade de um modelo único da Idéia ou Razão, logo, implica a impossibilidade de redução da Idéia ou Razão à um modelo particular, como, por exemplo, à Física, à Biologia, à Psicologia ou à Sociologia, o que implica a impossibilidade de um fisicalismo, biologismo, psicologismo ou sociologismo estritos.
Textos relacionados:
Lógica Contemporânea, Filosofia da Ciência e Idealismo Absoluto. (.pdf). Esse trabalho é uma apresentação geral de algumas idéias que estariam na base de uma possível visão da Ciência em termos de um Idealismo Absoluto. Salientemos que nossa intenção nele é mais a de estimular a discussão sobre a Lógica Contemporânea e a Filosofia da Ciência do que de expor esse “Idealismo Absoluto”.
Sobre a Realidade-Totalidade como Saber Vivo e a Auto-Organização do Espaço Físico. (.pdf). Resumo do texto: TASSINARI, R.P. Sobre a Realidade-Totalidade como Saber Vivo e a Auto-Organização do Espaço Físico. In: GONZALEZ, M.E.Q e D"OTTAVIANO, I.M.L. e BRESCIANI Fº, E. Auto-Organização: Estudos Interdisciplinares (no prelo), 2007.
Ciência Cognitiva: Ciência ou Filosofia? (.pdf). Resumo do texto: TASSINARI, R.P. Ciência Cognitiva: Ciência ou Filosofia. In: In: COELHO, J.G.; GONZALEZ, M. E. Q.; BROENS, M. C. (Orgs.). Encontro com as Ciências Cognitivas v 5. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2007.
(1) A queda de corpos soltos de uma altura Ho: H = Ho – K.T²
“Ho”, “H”, “T” e “K” são signos que designam, respectivamente, a medida da altura inicial em que é solto o corpo, a medida da altura que se encontro o corpo no instante T, o próprio instante em que pode ser medida a altura H e uma constante determinável experimentalmente.
As operações sobre signos (e conseqüentemente sobre as medidas que eles representam) são regradas pelas operações aritméticas usuais.
Vemos aqui que um modelo é abstrato (desconsidera-se, no caso, por exemplo, o atrito do corpo com o ar).
(2) A molécula de agua: H-O-H
A figura “H-O-H” é usada para representar a molécula de água.
Os signos “H”, “O” e “-” designam, respectivamente, um átomo de Hidrogênio, um átomo de Oxigênio e um par de elétrons compartilhados.
Em temos das operações sobre significantes, por exemplo, a equação H-H + O=O + H-H → H-O-H + H-O-H representa a (ação de) combustão do Hidrogênio; nela o signo “+” designa a coexistência das moléculas em um mesmo local e o signo “→” designa a transformação que implica na recombinação dos átomos presentes.
(3) Hereditariedade Mendeliana
As “Leis de Mendel” permitem relacionar característica dos indivíduos (fenótipos) com elementos biológicos que possibilitam essas característica (genótipo, constituído de genes) para, a partir daí estudar a hereditariedade dos seres vivos e suas variações.
Assim, por exemplo, dois signos “V” e “v” designam dois genes em ervilhas, que podem vir a pertencer a um indivíduo, cujas combinações apresentam os seguintes fenótipos: vv - ervilhas verdes; Vv - ervilhas amarelas, VV - ervilhas amarelas (devido a presença de V determinar sempre a cor amarela, ele é chamado de gene dominante).
Assim, podemos, por exemplo, realizar a operação sobre os pares de signo e determinar que o cruzamento de dois indivíduos amarelos de genes Vv pode resultar indivíduos verdes (vv) e amarelos (Vv e VV) com as respectivas probabilidades: 25% e 75%.
(4) Oferta e Demanda
Se os signos “P” e “Q” designam, respectivamente, o preço e a quantidade demandada de um produto, podemos então representar certa ação geral do mercado pelas leis: Lei da Demanda – o aumento do preço P causa a redução da quantidade demandada Q; e Lei da Oferta – a diminuição do preço P causa a o aumento da quantidade demandada Q.
(5) Psicologia Topológica
Na Psicologia Topológica usamos a noção de “espaço vital” que é “a totalidade de fatos que determinam o comportamento (C) de um indivíduo num certo momento. O espaço vital (E) representa a totalidade de possíveis eventos. O espaço vital inclui a pessoa (P) e o ambiente (A). [Assim, o comportamento C é função de E, ou ainda, de P e A] C = f (E) = f (P, A).”(cf. LEWIN 1973, p.242). A partir dar, podemos utilizar representações gráficas do espaço vital para estudar o comportamento. Assim, por exemplo, a figura abaixo representa uma situação de um rapaz que quer ser médico (cf. LEWIN 1973, p.67)
FIG.4 – Situação de um rapaz que quer ser médico. P, pessoa; O, objetivo,
ac, exame de admissão; c, colégio; m, escola médica; i, internato, cl, prática clínica.
É interessante notar que para aplicação dos conceitos da Psicologia Topológica usamos um método sempre aberto, o Método da Aproximação, tal que “Este método determina, primeiro, a estrutura do espaço vital como um todo e avança gradualmente, determinando cada vez mais propriedades específicas até ser atingido o máximo de exatidão.”(cf. LEWIN 1973, p. 236).
De forma introdutória, geral e resumida, a Lógica pode ser definida como: o estudo das formas dos argumentos válidos.
Lembremos que um argumento, que parte de certas asserções (chamadas de premissas do argumento) e chega a uma asserção final (chamada de conclusão do argumento), é válido (por definição), se a conclusão segue necessariamente das premissas.
Na Lógica, estudamos também sistemas axiomáticos, que servem à sistematização de uma área do conhecimento, como nas Ciências Contemporâneas, no qual necessitamos de deduções e demonstrações. Uma dedução de uma asserção (chamada de conclusão da dedução) a partir de outras asserções (chamadas de premissas da dedução) é um argumento válido com mesmas premissas e conclusão que a dedução. Como as deduções sempre se apóiam em asserções anteriores, na sistematização de uma área do conhecimento, devemos aceitar determinadas asserções como primeiras para não cairmos em um regresso infinito. Essas primeiras asserções, que aceitamos sem delas ter uma dedução, são chamadas de axiomas. Uma demonstração de uma asserção é uma dedução, dessa mesma asserção, a partir apenas dos axiomas. Asserções para as quais existe uma demonstração são chamadas de teoremas. Por fim, as regras que estabelecem como passar de uma asserção à outra, tanto na demonstração quanto na dedução, são chamadas de regras de inferência.
Uma das noções centrais da Lógica Contemporânea é a noção de sistema formal; ela nasce propriamente com a corrente formalista (de David Hilbert), na Filosofia da Lógica, que toma como objeto de estudo sistemas de operações sobre signos gráficos.
Um sistema formal ou teoria formal se constitui, basicamente, de: (1) um conjunto de signos gráficos, chamado de alfabeto do sistema formal; denominamos de expressão qualquer seqüência finita de signos do alfabeto; (2) um subconjunto do conjunto das expressões chamado de fórmulas do sistema formal; o alfabeto e o conjunto de fórmulas constituem a linguagem do sistema formal; (3) um subconjunto do conjunto de fórmulas chamado de axiomas do sistema formal; e, por fim, (4) um conjunto de regras de inferência que nos diz como passar de certas fórmulas a outras em uma dedução.
A partir do surgimento da noção de sistema formal, evidencia-se que as próprias operações lógicas podem ser representadas por sistemas do tipo expresso no Diagrama Praxiológico-Representacionalista, tanto as operações da Lógica Clássica (como inicialmente o fizeram Frege e Russel) quanto as de outras lógicas (como nas lógicas não-clássicas, cf. Algumas Lógicas). Em particular, temos, em geral:
Proposições |
Fórmulas |
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Conseqüência Semântica |
Conseqüência Sintática |
Textos relacionados:
Lógica I e II. Notas de aula e resumos das disciplinas.
Algumas Lógicas (.htm). Página com vários links.
Na Epistemologia Genética, a designação utilizadas nos modelos, entre o signo e seu significado, faz parte daquilo que PIAGET 1968 classifica como implicações em sentido amplo, dentre as quais estão:
(1) a designação entre significante e significado (a designação por signos em modelos é um caso particular desta),
(2) a implicação entre valores, sejam:
(a) valores morais,
(b) valores estéticos, ou
(c) valores lógicos, e.g., o Verdadeiro e o Falso (a implicação, no caso dos valores lógicos, é chamada de implicação em sentido estrito).
Temos então, como mostra PIAGET 1968, que a explicação causal, descrita em um modelo, não é suficiente para se entender como, no comportamento consciente, realizamos implicações.
Com efeito, suponhamos, por exemplo, que temos um modelo do cérebro (mais entorno) que explica o comportamento humano.
Sabemos (temos em nossas consciências) que 2 + 3 = 5 implica que 5 - 3 = 2.
Agora, podemos perguntar: temos uma explicação causal, no modelo, do porquê 2 + 3 = 5 implica 5 - 3 = 2 (ou, mais simplesmente ainda, porque 2 + 2 = 4)?
Não propriamente; porque:
(1) o modelo só explica essa implicação na medida em que ela já está pressuposta na própria forma do sistema de operações sobre significantes do modelo que organiza os dados empíricos (temos aqui uma espécie de petição de princípio);
(2) esses conteúdos são formais e universais, no sentido de que não dependem de um substrato particular (como, por exemplo, no caso, do cérebro ao qual o modelo se aplica).
Em uma frase, podemos dizer que tanto as implicações ignoram os fatos materiais (pois podem ser desenvolvidas sem eles, como no caso da Lógica e da Matemática) quanto servem a nossa estruturação deles (como, por exemplo, na construção de modelos). Ou ainda, como escreve PIAGET 1968:
Dito mais brevemente, a causalidade é uma assimilação das ações materiais entre objetos às operações do sujeito-teórico [que realiza a explicação].
Nesse ponto, as implicações são realizadas na consciência ou, como se diz Piaget, por uma tomada de consciência, na qual se julga tanto as relações entre as operações realizadas pelo sujeito, no caso da Lógica e da Matemática, quanto suas adequações à Realidade (no caso de aplicação de teorias à empiria).
Logo, na explicação e compreensão do termo consciência, ou ainda, do comportamento consciente, ambas categorias, causalidade e implicação, são necessárias, complementares e irredutíveis uma a outra; e, nesse sentido, a consciência desempenha um papel próprio e não negligenciável no Sistema das Ciências.
De forma geral, entendemos por epistemologia o estudo crítico do conhecimento científico e por teoria do conhecimento a analise das estruturas necessárias ao conhecimento (cf. LALANDE 1988, respectivamente, p. 263 e p. 1129). Sob a base da teoria do conhecimento está a pergunta “Como é possível o conhecimento?” (assumindo que esse é possível) e a busca da explicitação das estruturas do sujeito epistêmico, i.e., do sujeito do conhecimento, necessárias a esse conhecimento.
A Epistemologia Genética, criada por Jean Piaget, é uma teoria do conhecimento, na qual se busca explicitar as estruturas do sujeito epistêmico necessárias à aquisição e posse do conhecimento em geral e, mais especificamente, do Conhecimento Científico. Por outro lado, como ela se constitui a partir da análise dos conhecimentos científicos, Piaget preferiu a denominar de “epistemologia” acrescentando o adjetivo “genética” para salientar que o conhecimento e suas estruturas estão sempre em crescimento (não diretamente relacionado, pois, com os genes da Biologia); nesse sentido, trata-se então de analisar a constituição (gênese) das estruturas do sujeito epistêmico que o possibilita conhecer.
Segundo Piaget*, a pergunta central da Epistemologia Genética é: "como o pensamento científico visado, em discussão, (e considerado com uma delimitação determinada) procede de um estado de menos conhecimento a um estado de conhecimento julgado superior?" ou, mais abrangentemente, "como se ampliam os conhecimentos?".
Por um lado, a pergunta sobre as estruturas necessárias ao conhecimento e suas gêneses sicita questões de fato e não apenas questões de princípio. Nesse sentido, a Psicologia Genética foi criada anteriormente à Epistemologia Genética, por Piaget, para se observar e testar questões de fato implicadas nas diversas posições epistemológicas.
Na Epistemologia Genética (que é uma epistemologia das ciências em geral e, em particular, da própria Psicologia Genética, estando, pois, em um metanível em relação à ela) trata-se tanto das questões de fato quanto das questões de princípio relativas às estruturas necessárias ao conhecimento e a gênese dessas estruturas. Nesse sentido, como nos diz Piaget, a Epistemologia Genética tem então por bases principais: a História das Ciências e a Psicologia Genética.
Em particular, estuda-se na Epistemologia Genética, de forma detalhada, as noções de espaço, de tempo, de causalidade, de permanência dos objetos, da conservação da substância, do número, das classes e das relações lógicas, do acaso, etc. e suas respectivas gêneses (veja aqui uma bibliografia com as obras de Jean Piaget com a explicitação de alguns temas tratados).
Podemos resumidamente dizer que, na Epistemologia Genética, temos o estudo da constituição do Sistema das Ciências.
Por fim, comentemos que, na Epistemologia Genética, o Diagrama Praxiológico-Representacionalista adquire um significado especial, pois os significantes usados podem também se constituir de símbolos, que são significantes que tem uma estrutura análoga a coisa significada (nesse sentido não são arbitrários como os signos), como, por exemplo, a imitação, o desenho e a imagem mental (para uma visão geral, consulte, PIAGET 1986, Capitulo 3). Em particular e de forma muito geral, as “operações concretas” (características do Período Operatório Concreto) podem ser vistas como operações sobre símbolos, enquanto as “operações formais” (características do Período Hipotético-Dedutivo) podem ser vistas como operações sobre signos. Assim temos:
Símbolos/Signos |
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Ações e Operações |
Operações sobre símbolos/signos |
Na Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Compêndio (cf. Hegel 1830, que, segundo o Prefácio a 1ª edição é “uma vista geral do conjunto abrangido pela Filosofia”) a partir do pensamento-que-se-pensa-a-si-próprio (e nesse autopensamento), estudado inicialmente em A Ciência da Lógica (primeiro tomo da Enciclopédia), cujo fundamento último é a Idéia Absoluta, Hegel estabelece determinações e conceitos que dão fundamento e permitem pensar, em um sistema, a Natureza (na Filosofia da Natureza, segundo tomo) e o Espírito (na Filosofia do Espírito, terceiro e último tomo da Enciclopédia). O termo Espírito, como indicado abaixo, tem uma significação própria dentro do sistema hegeliano como Razão Autoconsciente.
Apesar de Hegel não introduzir o termo Idéia da mesma forma que é feito neste texto, há entre as duas formas de caracterização da Idéia uma forte aproximação. Com efeito, Hegel apresenta a Idéia, no §212, como "... a unidade que é em si do subjetivo e do objetivo, agora como sendo para si" e, no §213, escreve que "A Idéia é o verdadeiro em si e para si, a unidade absoluta do Conceito e da objetividade", sendo que, segundo o §158, no Conceito há
... a subsistência-por-si que é [a ação de] se repelir-se de si mesmo para [termos] subsistentes-por-si diferentes, enquanto esse repelir-se é idêntico consigo, e essa alternância, que permanece junto a si mesmo, o é somente consigo.
Se notarmos que esses termos subsistentes-por-si podem, em princípio, ser designados por signos e que suas caracterizações dependem das relações que estabelecem entre si, temos que a Idéia, como aqui definida, se aproxima da Idéia, no sentido hegeliano, já que a auto-exposição de ambas é essa autodiferenciação existente no Conceito.
Quanto ao termo Razão, no §439, Hegel escreve:
A Autoconsciência, ou seja, a certeza de que as suas determinações são tanto objetais, determinações da essência das coisas, quanto seus pensamentos próprios, é a Razão; enquanto tal identidade, a Razão é não só a Substância Absoluta, mas a verdade como Saber.
E quanto ao termo Espírito, Hegel escreve, logo em seguida:
Com efeito, a verdade tem aqui por determinidade peculiar, por forma imanente, o Conceito puro que existe para si, o Eu, a certeza de si mesmo como universalidade infinita. - Essa verdade ciente é o Espírito.
Por fim, o último parágrafo da Enciclopédia (§577) expõe:
...a Idéia da Filosofia [ou a Idéia enquanto Filosofia], que tem a Razão que se sabe, o absolutamente universal, por seu termo médio que se cinde em Espírito e Natureza, que faz daquele a pressuposição em tanto que processo subjetivo da Idéia, e dessa aqui o extremo universal, enquanto o processo da Idéia que é em si, objetivamente. ... A Idéia, eterna em si e para si, atua-se produz-se e saboreia-se a si mesma eternamente como Espírito Absoluto.
Notemos então que, por um lado, podemos utilizar da análise categorial feita por Hegel e algumas de suas teses para discutir aspectos da Filosofia da Ciência, sem a necessidade de chegar a sua conclusão final sobre a existência do Espírito Absoluto.
Por outro lado, esse conteúdo pode também ser inserido sistematicamente em um Idealismo Absoluto que vise atualizar a perspectiva hegeliana e o Espírito Absoluto, já que, como diz o próprio Hegel (§9a):
A relação da Ciência Especulativa [ou Idealismo Absoluto Hegeliano] com as outras ciências só existe enquanto a Ciência Especulativa não deixa, como de lado, o conteúdo empírico das outras, mas o reconhece e utiliza; e igualmente reconhece o universal dessas ciências – as leis, os gêneros, etc. – e o utiliza para seu próprio conteúdo; mas também, além disso, nessas categorias introduz e faz valer outras. A diferença refere-se, nessa medida, somente a essa mudança das categorias.
Por fim, os conceitos expostos na Enciclopédia das Ciências Filosóficas também fundam e nos permitem pensar, em um pensamento-que-se-pensa-a-si-próprio: a Natureza, a Liberdade, a Ética, o Direito, a Estética, a Religião, a Filosofia e sua História e, por fim, o Saber Autoconsciente como Totalidade existente.
Particularmente, a exposição, feita na Enciclopédia, é usada para fundamentar outras obras da maturidade como as Linhas Fundamentais da Filosofia do Direito, as Lições de Filosofia da História, as Lições de Estética, as Lições de Filosofia da Religião e as Lições de História da Filosofia.
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iO termo “modelo”, como aqui introduzido, é aquele usado nas ciências da empiria; nas ciências formais, usa-se também "modelo" em outra acepção (a estrutura semântica que valida as fórmulas de um sistema formal), que não será aqui discutida.
iiUma breve discussão da distinção conhecimento científico vs. conhecimento filosófico e da questão sobre o Conhecimento ser objeto da Ciência podem ser encontradas em TASSINARI, R.P. Ciência Cognitiva: Ciência ou Filosofia. In: COELHO, J.G.; GONZALEZ, M. E. Q.; BROENS, M. C. (Orgs.), 2007. Resumo do texto: Ciência Cognitiva: Ciência ou Filosofia? (.pdf).